quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Assunção

Assunção

Entre o número absurdo de perguntas que me costumam fazer uma das mais frequentes será, seguramente, o que procuro nas pessoas. E lá lhes digo que não, que não procuro, num tom que os meus interlocutores assumem ser uma manobra retórica para deturpar o conteúdo da minha resposta através da forma como a entrego. (e lá lhes digo que) Há pessoas das quais me dou conta. Pessoas que me captam um primeiro e um segundo olhar. Pessoas que, noutros tempos, talvez me parassem, me detivessem ali dois (ou três) segundos deixando – sem avisar, num acto indelicado – quem quer que fosse ao meu lado a falar sozinho sobre um tema qualquer do qual entretanto me havia esquecido. Ocorre-me mais do que eu gostaria. Mais do que eu próprio me permitiria. Como se, por breves momentos, o meu cérebro tivesse uma vontade independente da minha. Uma vontade empírica para além de qualquer delicadeza ou mais elementar prurido social. Estou ali sentado em frente a alguém e, de repente, o meu cérebro como que me obstrui os ouvidos e eu – por um número de segundos que não consigo nunca quantificar – estou-me a cagar para o que quer que essa pessoa me diga. Eu podia dizer que ignorava ou não escutava. Mas a minha indelicadeza é grande de mais para verbos tão ligeiros. E foi o que aconteceu. Caguei para o mundo quando vi a Assunção. Olhei uma vez, olhei duas. Não devo ter chegado a dizer nada à Isabel e ao Paulo. Porque nestes momentos esqueço-me do mundo inteiro. E tudo isto, já sabemos, porque sou ignorante e tecnicamente inapto para verbalizar, num vocabulário minimamente aceitável, o que quer que sinta perante o que Assunção levava vestido. Afinal de contas, sugerir que tudo ali me encanta, não vos acresce nada de novo. Menos mal... não me pareceu que a Isabel e o Paulo tivessem ficado chateados


[esta publicação pode ser vista aqui também]

21 comentários:

Anónimo disse...

linda sunkas!

Anónimo disse...

Gostei muito da Assunção! :)

Isabel mc disse...

naturalmente que não!
bela fotografia.

Anónimo disse...

que borracho!

-pirata-vermelho- disse...

Belo post -o texto...-
fora as cagadelas e as botinhas da menina.


Bonjour!

Concha disse...

Uau!!!! Linda titão!!!!

Concha disse...

Que lindaaaa titão!!!

chubi disse...

um espectaculo!!

Ana Cristina Milheiro disse...

É tão bom quando nos conseguimos abstrair de tudo!!!!!!!

É como ler um livro que estamos a Adorar!!

e é muito bom que hajam pessoas que consigam esse feito por outras!!!

Cris

Anónimo disse...

Para quem diz não ter vocabulário escreve "demasiado" bem. E fotografa também. A Assunção essa, além de bonita, veste-se muito mas muito bem

Stilo disse...

Felizmente para nós que tens esses momentos;-)

Tenho um concurso no meu blog... quem quiser tentar a sorte é só DIY ;-)

Stilo

http://blogdastilo.blogspot.pt

Déa disse...

Gosto do teu olhar, das imagens. Quando elas vêm acompanhadas por palavras, gosto ainda mais.
Bom domingo!
Um beijo :)

Miú Segunda disse...

Oh não, também você a dizer palavrões! A praga já o atingiu. A sério, o seu artigo não ganha rigorosamente nada com eles. Aliás, tudo o que o verbo "depurado" que usou consegue fazer é tornar ridículo o argumento. Não vá por aí.

marie disse...

Gosto mt!

Mags disse...

adoro a fotografia :)

Anónimo disse...

Estou a visitar um blog pela 1º vez, vi a reportagem na rtp1 e fiquei curiosa.
Esta é a rapariga que apareceu na reportagem, esta muito gira, simplesmente como é.
Alias todas as fotos estas fantasticas, parabens pelo trabalho aqui esposto.

Anónimo disse...

A assunção apareceu na RTP 1 eu vi

Margarida disse...

Momentos maravilhosos.Fotografias lindas.
Vi hoje na Tv uma reportagem da sua carreira.Parabens pela sua coragem!!
Dispense o palavrão.Nao faz mesmo falta nenhuma!!

Ini Vaz Pinto disse...

Este é (de longe) o melhor texto que tu já escreveste.

Inês

tiago leal disse...

E foi esta a foto que tiraste na reportagem da SIC! ;)

mariana vp disse...

simples, confortavel e perfeita! optima inspiração!

http://asouthbreeze.blogspot.pt/